Aliás como os pais têm morrido no Brasil? Esperando na fila de atendimento médico, por bala perdida, sem cirurgia, atropelados, assaltados, por falta de penicilina. Por abandono familiar. Esses não importam, né?
Laranjas, factóides, bobagens, tresvairios, pá-pá-pá pô, dedo no cu. E assim segue o non-sense que faz fake-pautas para o fake jornalismo, dos fake leitores de 140 caracteres. Qualificar a política nacional passa por qualificar o debate político, os debatedores, as regras do debate, os times dentro dos gabinetes que eleboram os termos dos debates. Mas isto é um possibilidade tão real quando a ida dos astronautas para marte este ano. Não temos a mínima chance de discutir política de sustentabilidade ambiental, descarte de resíduos sólidos, projetos de energia limpa, smart-grid, plano de saneamento básico, desengensamento dos processos educacionais, diversificação de modais de transporte, home-education, acesso a armas para civis que queiram registrar seus armamentos, desenvolvimento tecnológico, marcas e patentes, e, principalmente, o milagre econômico da reforma da previdência. Nada disso é relevante. Importante é o corte de cabelo do líder em pleno papo de barbeiro esculhambando desafetos políticos mortos de 50 anos no passado, isso sim merece atenção da mídia. Portanto quem é responsável pela esculhambação institucional do Brasil que faz meia dúzia ficarem muito muito ricos? Nós. Eu, tu e o rabo do tatu. Esquerda cruza e direita faz gol de placa. E enquanto não passarmos a focar no que tem que ser focado, enquanto a agenda for feita pelo twitter de algum fake assessor estaremos reféns do anti debate, da cortina de fumaça, da bobagem pela bobagem. A espetaculização da política é tão antiga quanto a própria política de milhares de anos passados. Separar o espetáculo do que importa continua sendo o grande desafio do espetáculo-cidadania fundada sobre o pão e circo. Peço por favor, mais foco nos vivos e nos fatos e menos mimimi.